As dores e dificuldades pelas quais eles passaram, só farão sentido quando faço valer esse sacrifício e quando reconheço que a luta deles pode se tornar uma grande força para mim. Dessa forma, terei um destino mais leve que o de meus antepassados, honrando tudo que aconteceu com eles. Pois, quando admiro a força dos que vieram antes, ganho leveza em minha caminhada em direção ao futuro. Mas, quando sinto pena deles, vivo uma expressão do amor cego.

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O amor cego, adoece. Neste caso, é uma forma de amor que considera o amor que tenho pelos meus antepassados, mas não reconheço o amor que eles têm por mim. É também uma forma de amor que me coloca fora do meu lugar de descendente, de menor, de quem chegou depois e me coloca na posição de quem acredita ser capaz de fazer algo pelos que chegaram antes. É como dizer a eles que, por amor, vou ajuda-los a carregar seu fardo, vou sentir suas dores e repetir seus destinos difíceis.

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Para levar a vida adiante, meu papel frente às dificuldades dos meus antepassados, é viver numa postura de amor, porém, o amor que vê, o amor que cura. É como dizer a eles que, por amor, vou fazer valer a pena, vou levar adiante aquilo que recebi. Dentro de mim, peço a eles que me permitam fazer um pouco diferente e que me abençoem, para que eu possa seguir mais leve.

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Sou livre e não preciso repetir destinos, pois ao receber os recursos e as possibilidades que eles deixaram para mim, sigo a partir daí. É como se eles tivessem calçado a rua para eu passar. Não preciso calçá-la novamente! É como um presente deixado para mim! Assim, me sentindo na obrigação de ir mais longe, sigo meu caminho, sem culpa, contando com a força de todos os meus ancestrais, sentindo profunda gratidão por tudo que eles viveram e pela vida que chegou até mim.